segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

2030: o ano final do Cerrado

Estudos da ONG ambientalista Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil) indicam que o Cerrado deverá desaparecer até 2030.

Estudos da ONG ambientalista Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil) indicam que o Cerrado deverá desaparecer até 2030. Dos 204 milhões de ha originais, 57% já foram completamente destruídos e a metade das áreas remanescentes estão bastante alteradas, podendo não mais servir à conservação da biodiversidade. A taxa anual de desmatamento no bioma é alarmante, chegando a 1,5%, ou 3 milhões de ha/ano. As principais pressões sobre o Cerrado são a expansão da fronteira agrícola, as queimadas e o crescimento não planejado das áreas urbanas. A degradação é maior em Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso, no Triângulo Mineiro e no Oeste da Bahia.

O estudo, feito a partir de imagens satélites, é resultado da parceria da CI-Brasil com a ONG Oréades, que tem sede em Mineiros (GO). “O Cerrado perde 2,6 campos de futebol por minuto de sua cobertura vegetal. Essa taxa de desmatamento é dez vezes maior que a da Mata Atlântica, que é de um campo a cada 4 minutos,” explica Ricardo Machado, diretor da CI-Brasil para o Cerrado e um dos autores do estudo. “Muitos líderes e tomadores de decisão defendem, equivocadamente, o desmatamento do Cerrado só porque não é coberto por densas florestas tropicais, como a Mata Atlântica ou a Amazônia. Essa posição ignora o fato de o bioma abrigar a mais rica savana do mundo, com grande biodiversidade, e recursos hídricos valiosos para o Brasil. Nas suas chapadas estão as nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, do Prata e do São Francisco.”

Entre os problemas provocados pelo desmatamento no Cerrado estão a degradação de rios importantes como o São Francisco e o Tocantins, e a destruição de hábitat que compromete a sobrevivência de milhares de espécies, muitas delas endêmicas, ou seja, que só ocorrem ali e em nenhum outro lugar do Planeta, como o papagaio-galego (Amazona xanthops) e a raposa-do-campo (Dusicyon vetulus). Junto com a biodiversidade estão desaparecendo ainda as possibilidades de uso sustentável de muitos recursos, como plantas medicinais e espécies frutíferas que são abundantes no Cerrado.

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Segundo a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, já foram catalogadas mais de 330 espécies de uso na medicina popular no Cerrado. A Arnica (Lychnophora ericoides), o Barbatimão (Stryphnodendron adstringens), a Sucupira (Bowdichia sp.), o Mentrasto (Ageratum conyzoide) e o Velame (Macrosiphonia velame) são alguns exemplos.

“Além de calcular a velocidade do desmatamento, o estudo da CI-Brasil também mapeou os principais remanescentes desse bioma, analisando a situação de sua cobertura vegetal”, explica Mário Barroso, gerente do programa do Cerrado da Conservação Internacional Brasil e co-autor do estudo. “Esses dados serão incorporados à nossa estratégia de conservação para o bioma, que está baseada na implementação de corredores de biodiversidade.”

Os corredores de biodiversidade evitam o isolamento das áreas protegidas, garantindo o trânsito de espécies por um mosaico de unidades ambientalmente sustentáveis - parques, reservas públicas ou privadas, terras indígenas, além de propriedades rurais que desenvolvem atividades produtivas resguardando áreas naturais. Hoje, a CI-Brasil está implementando seis corredores de biodiversidade em regiões do Cerrado: Emas-Taquari, Araguaia, Paranã, Jalapão, Uruçuí-Mirador e Espinhaço. O IBAMA, a SEMARH - Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Goiás, a Universidade de Brasília e ONGs locais estão entre os parceiros da CI-Brasil nesses corredores.

Dados subsidiam ações de conservação

Os dados do desmatamento no Cerrado começam a ser apresentados pela CI-Brasil e seus parceiros a tomadores de decisão dos mais diversos níveis. Em reunião do Conselho Nacional de Biodiversidade - CONABIO, no início de Julho, o estudo foi apresentado ao Secretário de Biodiversidade e Florestas, João Paulo Capobianco. Depois da apresentação, o Secretário declarou que o Ministério do Meio Ambiente criará um grupo específico para discussão de medidas emergenciais para o Cerrado, como foi feito para a Amazônia e a Mata Atlântica.

No Estado de Goiás, que possui muitos remanescentes nativos valiosos de Cerrado, a apresentação do estado de conservação do Vale no Paranã ao Conselho Estadual do Meio Ambiente resultou na criação de Câmara Técnica temporária que discutirá e proporá ações de controle sobre o desmatamento na área. O Vale do Paranã, localizado na divisa dos Estados de Goiás e Tocantins, é considerado um centro de endemismo de aves, tem a maior concentração no Cerrado de um tipo de formação vegetal conhecido como floresta seca, e é remanescente de um corredor natural que ligava a Caatinga ao Chaco paraguaio há cerca de 20 mil anos. O trabalho da CI-Brasil na área é feito em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos, a Universidade de Brasília e as organizações não-governamentais Pequi e Funatura.

No Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari, que compreende áreas no Sudoeste de Goiás, Sudeste de Mato Grosso e Centro-Norte de Mato Grosso do Sul, os dados de desmatamento estão sendo compartilhados com as prefeituras municipais de 17 municípios. Com o Projeto Municípios do Corredor de Biodiversidade, a CI-Brasil em parceria com as ONGs Oréades e Oikos está fortalecendo órgãos de meio ambiente municipais e estudais em cada cidade.

Técnicos e gestores foram capacitados para o levantamento local de dados, confecção de mapas e aplicação da legislação ambiental. O projeto inclui ainda a criação de núcleos de educação ambiental e o envolvimento de outros atores locais, como lideranças comunitárias e promotores públicos.

“Para frear a destruição do Cerrado, os investimentos do Governo Federal na próxima safra agrícola devem incluir ações de conservação, especialmente na proteção de mananciais hídricos, na recuperação de áreas degradadas e na manutenção de unidades de conservação”, defende Machado. “Se o Governo, as empresas e a sociedade civil se mobilizarem para a criação de um fundo para a conservação do Cerrado associado aos investimentos destinados à produção de grãos, aí sim estaremos implementando, de forma justa e efetiva, a transversalidade da política ambiental no Brasil”.


No Paraná, dos 43 pontos de mar avaliados pelo IAP, 28 estão liberados para banho

Dados do segundo boletim de balneabilidade divulgado na sexta-feira (25) pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) mostram que 28 dos 43 pontos avaliados estão liberados para banho. O último boletim, divulgado no dia 16 de dezembro, apontava 31 pontos em situação regular. Ou seja, agora são quatro pontos impróprios a mais, todos na Ilha do Mel: Praia do Farol, Praia de Fora, Praia Grande e um ponto em Encantadas. Em compensação, o ponto em frente ao Sesc de Matinhos tornou-se próprio para banho neste último boletim – no anterior, estava impróprio.

Em relação a 2008, os números dos dois primeiros boletins de 2009 são mais otimistas. O primeiro e segundo boletins do ano passado apontavam 35 e 32 pontos impróprios, respectivamente, dos 43 analisados.

Método - O procedimento utilizado na avaliação faz comparativo entre as últimas cinco amostras coletadas em 43 pontos analisados semanalmente. É considerado impróprio para a recreação o ponto que apresentar resultado superior a duas mil bactérias de Escherichia coli (E. coli) por 100 milímetros, ou quando duas ou mais amostras apresentam índices superiores a 800 E. coli por 100 milímetros.

Os pontos monitorados são aqueles que possuem maior fluxo de pessoas, e o perímetro considerado inadequado corresponde ao trecho 100 metros à esquerda e 100 à direita da bandeira de sinalização. O maior vilão da balneabilidade é o despejo de esgoto sem tratamento em rios e mares. Por isso, reforça o secretário, é fundamental que todos os proprietários de imóveis no Litoral cujo esgoto esteja em situação irregular procure a Sanepar para ser incluído na rede de coleta e tratamento.

Para o secretário estadual do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, o aumento dos pontos impróprios se deve ao sistema de tratamento de esgoto ineficiente e à baixa capacidade de retenção do esgoto por parte das fossas. “Enquanto essa situação não mudar, teremos de conviver com o problema”. Além disso, na análise de Rodrigues, o aumento do número de veranistas também contribuiu para o problema.

O secretário afirma ainda que o aumento de pontos impróprios também se deve ao fato de que a coleta das amostras foi logo após um período de chuvas. “As chuvas levaram o esgoto não tratado para o mar e isso colaborou para o resultado. Inclusive, orientamos as pessoas a só tomar banho de mar 24 horas após o período de chuvas”, conclui.

Com o resultado, os cinco pontos analisados pela IAP na Ilha do Mel são considerados impróprios – dois em Encantadas impróprios no boletim anterior seguem na mesma condição. Os demais são: um em Pontal do Sul e outro no Balneário Ipanema, em Pontal do Paraná; três no Balneário Riviera e um no Balneário Flamingo, e outro na Praia Mansa (Caiobá), em Matinhos; e um na Prainha e outro no Balneário de Barra do Saí, em Guaratuba.

Rios - Dos cinco rios analisados, três estão próprios para banho – anteriormente, eram apenas dois. Os rios liberados para o banho são o Rio do Nunes, em Antonina (que estava impróprio), o Rio Nhundiaquara (na altura do Largo Lamenha Lins) e o Rio Marumbi, em Morretes. Os rios impróprios são a Ponta da Pita, em Antonina, e o Nhundiaquara, em Porto de Cima, em Morretes. (Fonte: Gazeta do Povo/PR)

LAUDO RUIDO AMBIENTAL

Este laudo foi realizado nos setores da   BRF Londrina Central de Distribuição, localizada na Av. Saul Elkind   cidade industrial s/n sa...